INTRODUÇÃO
O ciclo de RAGNARÖK
( A morte dos deuses )
Escrito por Cristina Valquíria Aguiar
Fimbulvetr, o poderoso Inverno que durou três anos seguidos, anunciou a aproximação do final dos tempos da Terra e do Cosmos. O frio intenso e as copiosas quedas de neve consumiram os sinais vitais da planície terrestre e acinzentou os céus, abrindo as portas ao domínio das forças do Caos. Os lobos enraivecidos acabam por engolir o Sol e a Lua, totalmente exauridos por uma longa perseguição, as estrelas caem do céu, mergulhando a Terra (Midgard) e os Mundos Cósmicos numa noite tenebrosa. Loki e Fenris soltam-se das amarras que lhes dominava o furor destrutivo e juntam-se a Garm, o cão-lobo guardião dos portais da morte, e em conjunto lançam-se num ataque desenfreado aos deuses. O Relógio Universal paralisa!
O dragão Nidhug corrói as raízes de Yggdrasil, a Árvore Cósmica, desvitalizando-a. Perante a terrível invasão da destruição, Heimdal, guardião da ponte Bifrost, que liga Midgard (Terra) a Asgard (palácios dos deuses), fez soar o corno Giallar, para convocar o exército de guerreiros imortais (Einheriar) que Odin comandará no confronto derradeiro, em Vigrid. Os gigantes do Gelo engrossam as milícias do Caos, que ordenados por Hrym, atravessam de barco o rio que resguardava Midgard das ofensivas esterilizadoras de Jotunheim1. A colossal serpente, Jormungandr, que Odin atirara para o fundo do oceano, emerge das profundezas oceânicas e com os seus movimentos furiosos gera ondas gigantes que inundam a terra. Sobre essas vagas virá o barco Naglfari fabricado com as unhas dos mortos (que não foram retiradas pelos familiares aquando da sua morte). A bordo, Loki faz-se acompanhar pela horda de gigantes do fogo de Muspell.
Surtr, o Senhor do Fogo, e os restantes invasores cruzam Bifrost e incendeia Yggdrasil, símbolo da vida e da regeneração da natureza, e suporte dos nove mundos cósmicos. Com as enormes línguas de fogo destrói Asgard e elimina as plantas no mundo terrestre. Hel, deusa da Morte, alia-se ao movimento destrutivo. Os deuses sucumbem na convulsão e com eles extingue-se a Humanidade e a natureza.
Por fim, Vidar vinga a morte do seu pai Odin ao abater Fenris. Depois vem o silêncio, a acalmia no vazio. No horizonte, ergue-se viva e intensamente bela a filha de Sól (Sol), Sunna, altiva e triunfante conduz o carro solar, que resgata a luz nos céus antes dominados pelas trevas infernais. Vidar e Vali, irmãos gémeos e fruto da relação de Odin com Rind (gigante do Gelo) sobrevivem ao extermínio, tal como a prole de Thor, Magni e Modi. Balder, o espírito do Sol, e Hoder, o fratricida (uma espécie de Caim nórdico que assassina o belo e luminoso Balder) retornam de Helheim, o mundo dos Mortos, e com Hoenir completam o panteão que iniciará uma nova ordem celeste.
Ao silêncio da morte sucede-se o restauro da vida por ordem do Pai Omnipotente. As águas diluviais recuam e deixam a descoberto um novo tapete terrestre, de solos prenhes de frutos. A maldade e a miséria são erradicadas da idiossincrasia dos deuses e dos Homens. Só o estado de felicidade prevalece no novo Éden criado a partir das cinzas dos Velhos Mundos.
O casal inocente (tal Adão e Eva), Leifthrasir “o desejo de vida” e a sua mulher Lif “o potencial de vida” abandonam o seu refúgio em Breidablik, construído por Balder na terra da “Luz da Manhã” a leste de Jormungrund (“terra imensa”), a residência no submundo de Mimir, o gigante sábio e tio de Odin. No resplandecente palácio, encoberto por florestas verdejantes, os descendentes de Askr e Embla (árvores transformados em seres humanos por Odin, Wili e Vé) aguardavam pelo chamamento da paz e na inocência.
O ciclo de RAGNARÖK
( A morte dos deuses )
Escrito por Cristina Valquíria Aguiar
Fimbulvetr, o poderoso Inverno que durou três anos seguidos, anunciou a aproximação do final dos tempos da Terra e do Cosmos. O frio intenso e as copiosas quedas de neve consumiram os sinais vitais da planície terrestre e acinzentou os céus, abrindo as portas ao domínio das forças do Caos. Os lobos enraivecidos acabam por engolir o Sol e a Lua, totalmente exauridos por uma longa perseguição, as estrelas caem do céu, mergulhando a Terra (Midgard) e os Mundos Cósmicos numa noite tenebrosa. Loki e Fenris soltam-se das amarras que lhes dominava o furor destrutivo e juntam-se a Garm, o cão-lobo guardião dos portais da morte, e em conjunto lançam-se num ataque desenfreado aos deuses. O Relógio Universal paralisa!
O dragão Nidhug corrói as raízes de Yggdrasil, a Árvore Cósmica, desvitalizando-a. Perante a terrível invasão da destruição, Heimdal, guardião da ponte Bifrost, que liga Midgard (Terra) a Asgard (palácios dos deuses), fez soar o corno Giallar, para convocar o exército de guerreiros imortais (Einheriar) que Odin comandará no confronto derradeiro, em Vigrid. Os gigantes do Gelo engrossam as milícias do Caos, que ordenados por Hrym, atravessam de barco o rio que resguardava Midgard das ofensivas esterilizadoras de Jotunheim1. A colossal serpente, Jormungandr, que Odin atirara para o fundo do oceano, emerge das profundezas oceânicas e com os seus movimentos furiosos gera ondas gigantes que inundam a terra. Sobre essas vagas virá o barco Naglfari fabricado com as unhas dos mortos (que não foram retiradas pelos familiares aquando da sua morte). A bordo, Loki faz-se acompanhar pela horda de gigantes do fogo de Muspell.
Surtr, o Senhor do Fogo, e os restantes invasores cruzam Bifrost e incendeia Yggdrasil, símbolo da vida e da regeneração da natureza, e suporte dos nove mundos cósmicos. Com as enormes línguas de fogo destrói Asgard e elimina as plantas no mundo terrestre. Hel, deusa da Morte, alia-se ao movimento destrutivo. Os deuses sucumbem na convulsão e com eles extingue-se a Humanidade e a natureza.
Por fim, Vidar vinga a morte do seu pai Odin ao abater Fenris. Depois vem o silêncio, a acalmia no vazio. No horizonte, ergue-se viva e intensamente bela a filha de Sól (Sol), Sunna, altiva e triunfante conduz o carro solar, que resgata a luz nos céus antes dominados pelas trevas infernais. Vidar e Vali, irmãos gémeos e fruto da relação de Odin com Rind (gigante do Gelo) sobrevivem ao extermínio, tal como a prole de Thor, Magni e Modi. Balder, o espírito do Sol, e Hoder, o fratricida (uma espécie de Caim nórdico que assassina o belo e luminoso Balder) retornam de Helheim, o mundo dos Mortos, e com Hoenir completam o panteão que iniciará uma nova ordem celeste.
Ao silêncio da morte sucede-se o restauro da vida por ordem do Pai Omnipotente. As águas diluviais recuam e deixam a descoberto um novo tapete terrestre, de solos prenhes de frutos. A maldade e a miséria são erradicadas da idiossincrasia dos deuses e dos Homens. Só o estado de felicidade prevalece no novo Éden criado a partir das cinzas dos Velhos Mundos.
O casal inocente (tal Adão e Eva), Leifthrasir “o desejo de vida” e a sua mulher Lif “o potencial de vida” abandonam o seu refúgio em Breidablik, construído por Balder na terra da “Luz da Manhã” a leste de Jormungrund (“terra imensa”), a residência no submundo de Mimir, o gigante sábio e tio de Odin. No resplandecente palácio, encoberto por florestas verdejantes, os descendentes de Askr e Embla (árvores transformados em seres humanos por Odin, Wili e Vé) aguardavam pelo chamamento da paz e na inocência.